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São Paulo/SP – 19 de setembro de 2022. O Plano de Continuidade de Negócios (PCN ou BCP) tem como principal propósito a criação de procedimentos para sustentação de operações essenciais para os negócios, durante a recuperação ocasionada por uma interrupção significativa.

*Por Dylan Ribeiro

Quando pensamos em Plano de Continuidade de Negócios a primeira coisa que vem a nossa mente são grandes desastres como terremotos, enchentes e até mesmo atentados terroristas. De fato, esse tema entrou em foco depois de um desses eventos, o ataque terrorista de 11 de setembro fez com que muitas empresas perdessem tudo por terem seus datacenters principais e o de backup nas duas torres destruídas naquele dia. No entanto, um Plano de Continuidade de Negócios é muito mais que isso, o Plano de Recuperação de Desastres é apenas um dos muitos planos criados para garantir que uma empresa sobreviva a qualquer incidente.

De acordo com o Disaster Recovery Journal em 2020, os principais gatilhos para uma empresa colocar um Plano de Recuperação de Desastre em ação foram Falhas de Hardware e Software (37%), Ciberataque (24%), Falha Elétrica (18%) e Falha no Serviço de Internet (18%). Isso demonstra que os gatilhos para esse acionamento são muito variados e nem sempre são aqueles que vem a nossa mente quando pensamos em Continuidade de Negócios.

Por serem tão variados, esses fatores de risco têm diversas formas de serem abordados e mitigados. O Plano de Continuidade de Negócios (PCN ou BCP) tem como principal propósito a criação de procedimentos para sustentação de operações essenciais para os negócios, durante a recuperação ocasionada por uma interrupção significativa. O BCP engloba outros elementos como o BIA (Business Impact Analysis), uma análise de riscos detalhada de cada um dos principais processos da empresa e outros planos que são colocados em prática de acordo com as regras de acionamento presentes no BCP. A seguir apresentamos esses planos e um pouco mais do que eles fazem.

Plano de Recuperação de Desastres (PRD ou DRP)

Nesse plano são descritos procedimentos operacionais para a recuperação dos sistemas computacionais nas localidades primárias ou secundárias da organização após a ocorrência de um desastre. Diferente de outros planos o DRP é focado na área de TI e se limita a grandes rupturas com efeitos a longo prazo.

Ele também é responsável por:

  • Identificar e classificar ameaças e ricos capazes de causar um desastre;
  • Definir os recursos e processos que assegurem a continuidade dos negócios durante o desastre, como por exemplo site alternativo e outros;
  • Definir os mecanismos para realizar a restauração dos serviços após os efeitos do desastre serem mitigados ou extintos.

Plano de Resposta a Incidentes (PRI)

No PRI o objetivo é criar estratégias para detectar, responder e limitar as consequências de um incidente de TI ou de segurança da informação. Seu escopo se limita a respostas aos incidentes de segurança da informação e/ou redes.  Elementos como o SOC (Security Operations Center ou Centro de Operações de Segurança) e a CSIRT (Computer Security Incident Response Team ou Grupo de Resposta a Incidentes de Segurança) são medidas que podem ser criadas na implementação do PRI.

Dentre outros aspectos esse plano também busca:

  • Impedir uma resposta desarticulada a um incidente de segurança da informação, minimizando assim o impacto sobre as operações;
  • Criar e estabelecer controles para recuperação adequada e tratamento das provas;
  • Permitir a ação penal ou civil contra os autores;
  • Servir como referência para a criação de relatórios precisos e recomendações uteis.

Plano de Continuidade Operacional (PCO)

Tem como propósito a criação de procedimentos para sustentar as operações estratégicas da empresa durante uma falha. Essa falha pode afetar parcialmente ou totalmente a organização por um pequeno espaço de tempo e a recuperação é feita pela área de TI sem a declaração de contingência.

Esse plano engloba outros aspectos como:

  • Identificar e mapear possíveis falhas no ambiente de TI da empresa;
  • Definir recursos e processos alternativos;
  • Implantar políticas de backup para todos os dados de aplicações críticas;
  • Testar e adequar o plano, bem como treinamentos para a equipe;
  • Estabelecer regras para execução de manutenções corretivas e preventivas.

Vale ressaltar que uma falha inicialmente irá acionar o PCO, mas pode evoluir e acionar o PRD ou o PRI dependendo do problema ou origem e conforme seu impacto nos negócios da organização for aumentando.

Plano de Comunicação de Crises (PCC)

Nesse plano são propostos procedimentos para a disseminação de informações sobre o andamento dos processos de recuperação para o público interno ou externo à organização. Além disso serve para planejar e monitorar como a informação é levada ao público, tanto pela empresa como pela mídia. Todas essas ações buscam garantir que a imagem da empresa seja preservada diante de um cenário de crise.

Podemos dividir uma crise de quatro formas:

  • Grave com maior conhecimento público;
  • Grave com menor conhecimento público;
  • Leve com maior conhecimento público;
  • Leve com menor conhecimento público.

Para cada uma dessas situações são definidas as ações a serem tomadas, quem deve ser informado primeiro, o responsável por realizar essa comunicação e outros elementos.

Plano de Emergência Ocupacional (PCO)

São procedimentos coordenados para minimizar a perda de vidas ou ferimentos e os danos materiais às propriedades em resposta a uma ameaça física. Desastres como: incêndio, inundação, ameaça de bomba ou greves são situações que o PCO é acionado e utilizado.

Nesse plano são definidos por exemplo:

  • Comitê de emergência;
  • Árvore de responsabilidades;
  • Lista de contatos externos;
  • Melhor sequência de ações;
  • Eventos que serão cobertos pelo plano.

Por essa descrição podemos ver como o PCO é similar ao PRD e não é incomum eles serem confundidos. De fato, um incêndio por exemplo, irá acionar os dois planos ao mesmo tempo dependendo da escala do evento. A principal diferença é que o PRD é focado nas operações de TI e o PCO é focado nos colaboradores e nas instalações da empresa.

Considerações Finais

Esse artigo buscou apresentar de forma breve alguns planos que compõem o Plano de Continuidade de Negócios. Cada um deles possui uma série de recomendações e boas práticas para estruturação. Uma referência para essa estruturação é a norma ABNT NBR ISO/IEC 22301, que especifica requisitos para estabelecer e gerenciar um sistema de gestão de continuidade de negócios. Algumas organizações podem tratá-los como seções dentro do PCN ou planos separados a julgar pelas informações contidas em cada um e quem deve ter acesso.

O importante é entender que não podemos limitar a continuidade do negócio apenas a desastres naturais. Devemos buscar formas para atender qualquer cenário possível. Todos esses planos de modo geral buscam criar ferramentas para que em momentos de crise os colaboradores consigam superá-los da forma mais rápida, mais organizada e com o menor impacto possível.

Nem sempre as ações tomadas por uma organização cabem perfeitamente em outra, por isso é importante entender cada cenário e como cada um desses planos pode contribuir positivamente para que a empresa consiga superar as adversidades.

— Dylan Ribeiro é Consultor de GRC na [SAFEWAY]

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