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*Douglas Coutinho

Em tempos que continuar é preciso, onde as empresas não podem parar,  aparece um cenário de pandemia, de uma doença que obriga o isolamento e confinamento, o que fazer?

Bom, primeiramente vamos falar sobre a necessidade de planos de continuidade.

Atuei na elaboração de mais de 50 planos de continuidade de negócios no Brasil e América Latina e afirmo com toda certeza que, em sua maioria, só foram elaborados para ficarem pegando pó em prateleiras, ou seja, como comumente se fala “foi feito para inglês ver”;  foram elaborados simplesmente para atender uma exigência de fornecedores, de acionistas, normas, etc., mas infelizmente não foram iniciados com a preocupação central que seria não parar em casos de crises ou desastres, e pior, toda vez que colocamos um cenário de pandemia como crise, éramos motivo de chacota, sendo sempre obrigados a retirar tais cenários dos planos e documentação.

Mesmo já tendo passado por um cenário de pandemia com o H1N1, poucas empresas aprenderam a lição.

Na minha carreira em continuidade de negócios para falar a verdade, eu vi somente uma empresa levar a serio esse cenário, foi uma grande multinacional, a qual por motivos de confidencialidade não posso citar o nome mas posso contar o que se passou.

Um pouco antes do H1N1 explodir, desenvolvíamos o plano de continuidade de negócios dessa empresa e sugerimos um cenários de risco para epidemias, o qual foi aceito e plenamente desenvolvido, resultado: aqui no Brasil não foi necessária sua utilização naquela época, porém de forma emergencial, o plano teve que ser adaptado para sua filial do México que foi severamente afetada pela epidemia de H1N1.

E logo após o termino dessa epidemia o mesmo plano foi readequado para todas as filiais no mundo, e para minha alegria e satisfação fiquei sabendo que o plano de continuidade de negócios dessa empresa manteve-se atualizado e esta sendo 100% utilizado no mundo todo, inclusive no Brasil, nesse cenário de pandemia do Corona Virus.

E agora, nesse cenário aqui no Brasil, vemos o desespero de varias empresas as quais não estão preparadas para home office ou outras providencias as quais permitiriam a empresa operar dentro de um percentual aceito para continuidade do negocio, e acompanhando o cenário atual vemos o desespero de diversas empresas tentando pensar no que fazer, pois não tem por exemplo VOIP, ou capacidade de numero de conexões simultâneas de VPN, ou qual modelo de negócios adotar frente a pandemia.

Espero que dessa vez as empresas Brasileiras aprendam que os desastres também podem ocorrer aqui e não somente com os outros, e como costumo dizer “Consulte sempre um advogado e um profissional ou empresa de segurança da informação” afim de garantir a continuidade do seu negócio.

*Douglas Coutinho é Consultor de Segurança da Informação e Continuidade de Negócios